10 de outubro de 2010

O REGRESSO DOS VOUGAS AO TEJO 4º Campeonato Nacional da Classe Vouga



Em rigor, não sei se poderemos considerar as águas de Oeiras e Paço de Arcos "águas do Tejo", mas para nós, que regateámos entre o forte do Bugio e a Praia de Sto Amaro de Oeiras, aquelas águas verdes e azuladas pareceram-nos muito apropriadas ás Tágides e mesmo propícias à renovação de velhos mitos. São portanto águas do Tejo...

Sendo as actuais actividades desta classe de Vela muito centradas na Costa Nova em particular, e na ria de Aveiro, em geral, o processo de modernização e de consolidação da classe Vouga no seio da APCV necessitava e necessita de acções continuadas de divulgação e promoção para além do contexto geográfico da Ria de Aveiro.
Pelo que, logo que surgiu a proposta da ANL- Associação Naval de Lisboa, em sede de reunião de classes de vela na FPV, de se poderem realizar as regatas do 4º campeonato em Lisboa, de imediato a direcção e todos os corpos sociais da APCV encararam a possibilidade desta iniciativa, já pensada anteriormente mas como evento futuro...
Constatamos também que, sendo a ANL e o Sport Algés e Dafundo vizinhos e parceiros em diversos eventos, seria também desejável que esta ultima instituição se viesse a constituir como parceiro nesta organização, o que felizmente veio a acontecer. Lembremos que o Sport Algés e Dafundo está na génese da primeira geração de Vougas organizados em classe nacional.











No entanto o local onde se situam estas instituições e as exíguas capacidades de atracação e de manobra, quer em terra quer na água, para uma frota de cerca de dez Vougas , mais viaturas e reboques, quase nos fizeram desistir da proeza de transportar os Vougas para Lisboa.
A solução encontrada surgiu de anteriores parcerias daquelas instituições com o Porto de Recreio de Oeiras na organização de eventos nàuticos, pelo que, contactado o responsável pela gestão daquela infraestrutura e após uma visita às instalações, logo ficou decidido que o local das regatas seria em Oeiras, pois verificámos a excelência das condições encontradas e uma grande receptividade por parte da administração.
Resolvidos os detalhes e identificados os actores na operacionalidade das instalações partiram para Oeiras sete vougas, (aos quais se juntaram mais dois posteriormente) numa jornada que será sempre recordada com satisfação e alegria, apesar do esforço de todos.
Pelo que me toca, tenho a dizer que velejar ao longo das praias de Oeiras e Cascais, com a Ponte sobre o Tejo recortando a paisagem, e a Torre de Belém adivinhando-se entre o recorte das margens foi experiência inesquecível.
Tenho também na memória o Bugio, referência apontando o caminho do Brasil, sentinela das actividades marítimas, bastião da foz, e as pequenas fortificações de defesa da costa estruturadas por esse "navio almirante" que é o forte de S. Julião da Barra.
Não poderei também deixar de referir o avistamento dos quatro mastros do "Creoula" em plena regata, assim como as saudações de diversas embarcações que progrediam velejando ao longo da costa, das quais destaco o "Nirvana" que alterou o rumo, virando de bordo, para melhor nos observar e saudar, gesto que retribuimos da melhor forma possível...

Os Vougas finalmente regressaram ao Tejo.








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